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04/01/2018- Da indústria para o agronegócio


A série “Genética em Foco” chega a sua quinta entrevista e destaca a história do criador da Ônix, Carlos Alberto Mestriner. 

A pecuária está no DNA de sua família. Nascido no bairro rural Baguaçu, em Birigui, cresceu num sítio em Clementina e aos 11 anos retornou ao polo calçadista biriguiense, dessa vez para morar na área urbana.

Naquela época, já começou a trabalhar no segmento de calçados e há 34 anos é empresário da Klin Calçados Infantis. “Meu pai sempre esteve na pecuária, mesmo depois da gente seguir para o setor industrial. Ele formou os seis filhos vivendo do segmento”, compartilha Mestriner. Seu pai, Augusto Mestriner, com 81 anos, continua atuante com propriedade no Mato Grosso do Sul.

Na primeira oportunidade que teve para investir fora da indústria, o empresário não pensou duas vezes e voltou às raízes.

“Fiquei 15 anos ausente do setor e quando voltei senti que existia outra realidade. Antes, era uma pecuária extensiva, onde você abatia um boi com 22 arrobas, tirava do pasto com 36 meses, não fechava as contas. Quando voltei, percebi que a dinâmica era outra. Precisávamos de animais mais precoces, de ferramentas de gestão modernas para ter uma pecuária mais rentável e foi aí que partimos para investir em melhoramento genético. Procuramos os melhores touros, fêmeas e acasalamentos, e participamos das pistas de exposições”, explica o criador.

Com a experiência, compreendeu que não bastava ter animais bonitos, equilibrados, com aprumos. Para ter eficiência, acredita que é preciso replicar a boa genética na pecuária extensiva, trabalhar com indicadores e ter muito acompanhamento sobre o desenvolvimento do animal, desde bezerro até o abate.

QUALIDADE COMPROVADA

Os indicadores dão condições ao criador de selecionar não só pela beleza racial, mas para a produção de carne. “Quando você investe em qualidade, tem retorno. A pecuária é um negócio seguro, mas com uma rentabilidade relativamente baixa, não tem margens expressivas, os custos são altos. Ao trabalhar com melhoramento genético e indicadores de acompanhamento, melhora a rentabilidade e passa-se a ter um negócio mais eficiente e, consequentemente, mais próspero”, acredita.

Criterioso, o pecuarista diz que, dessa maneira, tem conseguido não só melhorar a qualidade do próprio rebanho voltado para a pecuária extensiva, como também compartilhar as qualidades de seu plantel para todo o Brasil.

A Ônix tem três leilões anuais e ele percebe que os clientes têm tido resultados expressivos e investem cada vez mais, com novas compras.

SOBRE O MERCADO

Para Mestriner, o Brasil propicia todas as condições para a produção de qualidade: clima, áreas excelentes, institutos que apoiam e uma cadeia muito bem estruturada. “É claro que existem alguns entraves, mas não são impeditivos para o desenvolvimento. O que precisa acontecer, não só no agronegócio, mas em todos os outros segmentos da economia, é o empresário brasileiro se conscientizar da necessidade de evoluir, buscar novas técnicas, investir em capacitação para si e sua equipe. Ou seja, investir em seu próprio negócio para criar condições dele mudar de patamar”, enfatiza.

Em sua concepção, envolver a cadeia como um todo para gerir os negócios, principalmente com olhar atento ao consumidor do mercado interno e externo, compreendendo suas expectativas, é fundamental. A união do segmento junto às entidades de classe para eliminar os obstáculos também são posturas essenciais em sua opinião.

“O Brasil é cheio de oportunidades e nele existem dois times: daqueles que reclamam do governo, das entidades, dos negócios e dos que buscam as oportunidades, tanto no mercado nacional, quanto internacional. Eu tenho procurado estar do lado dos que buscam oportunidades, porque só assim a gente consegue ter rentabilidade e prosperidade na pecuária”.

Atualmente, seu animal de destaque é o touro Pactual 2 da Onix pelo seu desenvolvimento diferenciado desde o nascimento, com boa carcaça e capacidade de transferir suas qualidades aos filhos.

Trabalha com o Programa de Melhoramento Genético da ANCP (Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores) e da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu). Seu corpo técnico é composto por veterinários, zootecnistas e utiliza as ferramentas mais modernas do mercado, tais como a fecundação in vitro à fresco, congelado e vitrificado e inseminação artificial. “A Ônix quer contribuir de forma técnica e efetiva na evolução genética da pecuária de corte nacional”, define Mestriner.

Possui unidades de produção no estado de São Paulo, nas cidades de Araçatuba, Birigui, Brejo Alegre, Nhandeara e no estado do Mato Grosso do Sul, em Aparecida do Taboado, Inocência e Três Lagoas.

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