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02/10/2017- Melhoramento genético também é fundamental para rentabilidade na criação de ovinos


 A ovinocultura de alta qualidade é uma das marcas da Fazenda Tormes, em Rubiácea, fundada em 1922 por Francisco Martins Ferreira. Gustavo Martins Ferreira, neto do fundador e atual criador da espécie na propriedade da família, conta que sempre teve ovinos para consumo e fazer pelego. Ele, que é zootecnista especialista na produção dessa espécie, lembra que na década de 80 decidiu iniciar uma criação com foco em produção de cordeiros comerciais, com a raça suffolk. E foi em 96 que introduziu o primeiro animal Puro de Origem (PO) no rebanho, adquirido de um criador da Fazenda Guguiná, de Lençóis Paulista. “A partir do momento que comecei a ver que existia necessidade de melhorar na parte de produção fui atrás de comprar animais com registro. Percebi que precisava fazer essa mudança analisando os desmames e abates dos cordeiros; na questão de peso, o abate não estava sendo satisfatório”, compartilhou Ferreira.

Aos poucos foi renovando e selecionando bons reprodutores e ovelhas, principalmente por resistência. Ele evidencia que seu foco na hora de comprar animais puros é voltado para ovinos resistentes e criados mais extensivamente, ou seja, num sistema mais rústico. Também valoriza a prolificidade, que são animais capazes de terem partos duplos. Com o aumento de qualidade, a produção começou a alcançar melhores resultados. Enquanto, sem investimento em melhoramento genético abatia-se um animal com sete meses, pesando 13kg, com os avanços é possível abater um cordeiro com aproximadamente três meses e meio, pesando de 16 a 20kg de carcaça.

A Fazenda Tormes atualmente não produz  mais para abate; a seleção é voltada para reprodutores. “Sempre procurei produzir animais funcionais, com bons aprumos e biotipo condizentes com alimentação a pasto. Um modo de começar a divulgar a qualidade de meus animais foi apresentá-losem julgamentos em exposições para serem avaliados por profissionais. Levá-los em eventos também deu um parâmetro de como eles estavam, vendo animais de outros criadores”, explica. 

Segundo Ferreira, os antigos criadores da raça andaram na contramão para o sucesso no Brasil. Issoporque introduziram na década de 90 suffolks importados dos Estados Unidos e Canadá. Os animais eram grandes, com estrutura corporal incompatível com o sistema de exploração brasileiro e exigentes na alimentação. Essa introdução de linhagem americana e canadense representou um fracasso para a raça na época.

Em 2011, Ferreira trouxe sêmen da Inglaterra, país de origem dos suffolks, e mantém essa linhagem. “Hoje, animais com boa genética custam 40% a mais. É grande a procura por cordeiro; a arroba está aproximadamente R$300 no frigorífico. Trata-se de um mercado aquecido, a oferta é menor que a demanda”, destaca.

Martins investe em biotecnologia para multiplicar os melhores animais, como transferência de embriões e inseminação artificial. Os pontos fortes de sua seleção são: velocidade no ganho de peso e carne de excelente qualidade.

 

Fonte: Micheli Amorim - Assessoria de Comunicação

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