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13/01/2017- Qualidade que faz a diferença


O destaque da série “Nossos Produtores” do mês de janeiro é o Mário Roberto da Silva, de Gabriel Monteiro. Há 20 anos, ele trocou a produção leiteira pelo cultivo de quiabo e se deu bem.
Com apenas um hectare, produz em média 160 caixas do produto ao mês e vende diretamente para uma empresa na Ceagesp(Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo).
Ele conta que foi incentivado por um amigo de Piacatu– maior produtora da planta no Estado, a 8 km de Gabriel Monteiro – ecom boas práticas consegue uma lucratividade maior que outros produtores.
“A primeira roça foi do meu modo, mas com as observações que fiz, fui melhorando. Eu plantei com 90 cm de ruas e não raleei. Ao observar um pé que havia ficado sozinho, num espaço maior, percebi que brotavam mais quiabos. Com isso, na produção seguinte fiz as ruas com 1,5m de largura e 50cm entre um pé e outro, o que rendeu o dobro, mais de 600 caixas”, explica Silva, sobre o período de quase um ano, quando iniciou.
Segundo o produtor, com a terra corrigida e bem adubada, dá para colher da mesma planta até um ano e doismeses. Do contrário, no máximo quatro meses colhendo.

PULO DO GATO
O aprendizado não parou por aí, Silva também percebeu que era importante realizar a poda regular do ponteiro para obter melhores resultados. Com essa prática, os quiabos brotam mais no meio da planta e nos galhos, resultando em mais colheitas e num período mais longo.
Um dos maiores desafios desse tipo de produção é superar a nematóide, microorganismos, que atacam a raiz deixando a planta vulnerável. “Na área bem preparada, com solo corrigido é mais fácil enfrentar, dá menos problemas. Mas em áreas de recuperação de pastagem, que não fizeram as correções nutricionais do solo, o problema pode ser muito maior”, expõe o produtor.

Recentemente, sua propriedade fez parte de uma experiência da Cati (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral). Após retirar os pés de quiabo da área, antes de preparar o solo para a próxima roça, os pesquisadores plantaram crotalária. A planta, também conhecida por afastar o mosquito da dengue, deve ficar no solo durante 60 dias, se estiver em clima quente; se frio, a planta deve ficar 90 dias. Após esse período, o produtor cortou as crotaláriase incorporou a matéria seca ao solo com o uso de grade. A prática surtiu ótimos resultados e a Cati apresentou a prática para outros produtores. “A diferença de qualidade foi muito grande, quando comparamos com a área em que a crotalária não foi plantada”, diz.

DIFERENCIADO
Com esse conjunto de boas práticas o resultado não poderia ser outro: qualidade. Graças à organização e atenção especial ao solo, sua produção consegue oferecer quiabos de 10 a 12cm. “Notamos que existem firmas preocupadas com o produtor e com a qualidade. Foi dando atenção a isso que me destaquei e fidelizei meu cliente em São Paulo. Mesmo quando o preço de mercado está baixo, pagando R$10 a caixa, conseguimos receber R$50, por causa da qualidade de nosso quiabo”, descreve. Ele também realiza seleção, classificando os quiabos em caixas por seus tamanhos. Geralmente, ao enviar os menores misturados com os maiores, o produtor perde no preço, pois, os maiores valem mais. “Informação é tudo, por isso, também participo de cursos sobre gestão rural com as entidades da região e contamos muito com o apoio da Cati”, disse ele. Para o futuro, ele pretende aumentar a área plantada.

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