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09/09/2022- Evento abordou a liderança feminina no agro


A liderança feminina no agronegócio foi tema de um fórum realizado na sexta-feira (09) durante a Exposição Agropecuária de Araçatuba (Expô 2022). O auditório do recinto Clibas de Almeida Prado ficou cheio de pessoas interessadas em saber que cada vez mais as mulheres têm ocupado espaço em diversas áreas produtivas, incluindo a agricultura, a pecuária e a atividades relacionadas a elas.

O evento foi aberto com a palestra da pecuarista Lilica Teles de Menezes Almeida. Destaque nacional, ela comanda juntamente com o marido e o pai a fazenda da família, localizada entre Birigui e Araçatuba. A propriedade Água Branca é considerada um dos principais criatórios de gado nelore do país e é reconhecida pela qualidade genética de seus animais.

“Temos que mostrar que a mulherada pode entrar nesse meio pecuário, seja na produção de carne, de lei e também na agricultura, mostrar que a mulher também faz parte deste mundo. A capacitação é essencial, porque precisamos estudar, precisamos aprender e ir a fundo. Temos capacidade, e isso tem que estar aliado a persistência e foco. Qualquer um pode chegar lá, seja jovem ou velho, mulher ou homem, o importante é ter foco”, disse Lilica.

Levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), indica que, entre as proprietárias de negócios rurais, como Lilica, 50% desempenham atividades relacionadas à pecuária e criação de animais; 32% em lavouras temporárias e 11% na produção de culturas permanentes.

O fórum também contou com exposições de cases, com a produtora de queijos artesanais, Márcia Antônio Bazagui, e a produtora de hortaliças, Luiza Midori. O evento foi finalizado com a palestra da presidente da Associação Brasileira do Agronegócio em Ribeirão Preto (Abag Ribeirão Preto) e ex-secretária da Agricultura do Estado de São Paulo, Monika Bergamaschi.

“O agronegócio é um setor muito dinâmico, e um conselho que eu dou é que as mulheres se mantenham informadas, façam cursos e participem de eventos, que participem dos eventos, que trabalhem muita a gestão de suas propriedades, pois é isso que faz a diferença, a permanência e a diferença entre os que vão sobreviver no setor e aqueles que vão sucumbir. É preciso estar sempre estar muito antenado, conhecendo e entendendo as mudanças e interesses, as exigências dos consumidores dos mercados externos, arregaçar as mangas e ir em frente, que esse Brasil tem potencial”, comentou Monika.

O fórum foi uma iniciativa do Siran e da Viva + Entretenimento, com apoio do sistema Faesp/Senar-SP, Sebrae-SP, e prefeitura de Araçatuba. O evento foi o segundo realizado durante a Expô com protagonismo totalmente feminino, sendo que no dia 5, foi realizado o Simpósio Paulista de Direito do Agronegócio, com palestras das advogadas Stéphanie de Paiva Parrilha (Holding Rural), Maria Beatriz Brito (Tributos da Atividade Agropecuária) e Olimpia de Paula (Endividamento Rural).

Números

Assim como Lilica, Márcia e Luiza, quase 1 milhão de mulheres administram propriedades rurais no Brasil, em cerca de 30 milhões de hectares. A informação faz parte do Boletim da Agricultura Familiar, divulgado pela Companhia Nacional de Desenvolvimento (Conab) com o objetivo de demonstrar a presença feminina no campo.

Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que, no Brasil, 27% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres. De acordo com o IBGE, no agronegócio a relação de liderança é um pouco menor: uma mulher para cada nove homens. Outro levantamento, feito pela empresa Fran6 Inteligência de Mercado, mostra que 57% das mulheres no agro participam de grupos e associações do setor, algo que representa a união e o engajamento feminino.

Ainda segundo levantamento do IBGE, a liderança feminina corresponde a 19%. Já na agropecuária, as mulheres são responsáveis pela produção de 30 milhões de hectares, algo em torno de 8,5% de toda área ocupada por sítios e fazendas. O número pode parecer baixo, mas já representa um crescimento de 6% em 11 anos.

Fonte: Marcelo Teixeira

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