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20/01/2020- O agronegócio em 2020


 

A estimativa do agronegócio para 2020 é uma das melhores dos últimos anos, com altos preços da soja, milho e carne no mercado externo, apontam especialistas. Não faltam números para demonstrar essa perspectiva. Espera-se que esse importante setor, que representa 20% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional, siga contribuindo para a geração de mais de 18 milhões de empregos e atraindo divisas na casa dos US$ 100 bilhões, por meio de suas exportações.

 

O ano 2020 pode ser visto como um período de recuperação e de crescimento para todo o agronegócio. A pecuária, por exemplo, teve uma alta no preço da arroba do boi gordo, que estava defasada há anos, o que fez com que muitos pecuaristas arrendassem suas terras e deixassem as suas produções. Agora, com esse leve fôlego ao pecuarista, é hora de continuar com os trabalhos, investimentos, e crescer juntamente com a economia.

 

Ainda no que diz respeito ao segmento de proteína animal, o crescimento também deve continuar ocorrendo, por conta, em grande parte, da redução sem precedentes da produção de suínos na China e da expectativa de melhora do consumo doméstico, na esteira da recuperação gradual da economia brasileira. As exportações do agro totalizaram US$ 8,21 bilhões em novembro do ano passado, crescendo 1% com relação ao mesmo período de 2018.

 

Do lado dos grãos (notadamente soja e milho), o cenário também é positivo, devido ao bom fluxo esperado de exportações, demanda local aquecida refletindo o crescimento da produção de proteína animal, elevação dos impostos na Argentina e do câmbio desvalorizado. Em 2019, batemos o nosso recorde na exportação de milho. Foram praticamente 45 milhões de toneladas, 88% a mais que a safra anterior. Na soja as exportações chegaram a 78 milhões de toneladas.

 

O complexo soja teve ligeira queda de 0,8% atingindo US$ 2,34 bilhões; produtos florestais caíram 19,2% com valor de US$ 916,71 milhões; já cereais, farinhas e preparações cresceram 13,9%, movidos pelo milho, totalizando US$ 780,12 milhões. Algodão e suco de laranja obtiveram destaques, o primeiro com US$ 412 milhões (+12,3%) e o segundo com US$ 241,25 milhões (+174,4%). Nas importações houve queda de 8,6% com valor de US$ 1,08 bilhões, deixando o Brasil com saldo positivo de US$ 7,13 bilhões na balança comercial.

 

Para o setor sucroenergético, os ventos favoráveis sopram da trajetória mais positiva para os preços do açúcar associado a um déficit global substantivo (na casa dos 10 milhões de toneladas) e também das cotações remuneradoras do etanol. Este último tende a seguir beneficiado pelos preços firmes do petróleo, câmbio desvalorizado e crescimento da demanda de combustíveis.

 

O Brasil é o único país que tem condições de produzir alimentos em larga escala para todo o mundo, e isso é extremamente positivo. Nesse contexto, a região de Araçatuba pode e deve se destacar, pois sempre teve e continua tendo vocação para o agronegócio. No entanto, vale ressaltar que para um avanço ainda maior do setor é importante que a ciência, a tecnologia e a pesquisa sejam cada vez mais acessíveis também ao pequeno e ao médio produtor, que são a grande maioria dos que vivem e trabalham na nossa região.

 

*Fábio Brancato é presidente do Sindicato Rural da Alta Noroeste (SIRAN)

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