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09/07/2021- Região de Araçatuba imuniza todo o rebanho bovino e bubalino contra a aftosa e a brucelose


A região de Araçatuba (SP), que compreende 18 municípios do Noroeste Paulista, conseguiu imunizar contra a febre aftosa todos os 371.681 bovinos e bubalinos na primeira etapa da campanha de vacinação deste ano, realizada durante o mês de maio, que teve prorrogação até o mês de junho devido à falha de distribuição de vacinas pelos laboratórios. A região vem atingindo o índice de 100% de cobertura desde 2015, superando a média do estado.

A etapa envolveu um total de 3.769 propriedades rurais que possuíam bovídeos e bubalinos. A segunda etapa ocorre em novembro, quando serão imunizados os bovinos e bubalinos com idade de 0 a 24 meses. O último foco da doença no Estado ocorreu em março de 1996, em São Carlos. São Paulo é reconhecido como área livre de febre aftosa com vacinação pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE).

O trabalho coordenado e executado pelo EDA (Escritório de Defesa Agropecuária) de Araçatuba, da Coordenadoria de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo contou com a colaboração do EDR (Escritório de Desenvolvimento Regional) de Araçatuba, da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS). Esse trabalho integrado das coordenadorias é possível e beneficiará sempre o produtor rural. Um agro moderno exige que o setor esteja integrado e conectado.

A retirada da vacinação favorecerá todo o setor agro de São Paulo. O trabalho do Serviço Veterinário Oficial, em conjunto com outros entes públicos estaduais, municipais, dos sindicatos rurais, e a também participação do produtor rural, é o que fará com que a meta seja atingida para a consolidação do agro como a locomotiva que mantém aquecida a economia do Brasil.

O Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou o Plano Estratégico do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA), que tem como um de seus objetivos a suspensão gradual da vacinação contra a febre aftosa em todo o território brasileiro. Isso implica na adoção de diversas ações a serem desenvolvidas em âmbito municipal, estadual e nacional, com o envolvimento do serviço veterinário oficial, setor privado, produtores rurais e agentes políticos.

Brucelose

A região de Araçatuba (que compreende 18 municípios) registrou novo recorde anual de cobertura vacinal com 100% por cento das fêmeas bovídeas (bovinas e bubalinas), com idade entre 3 a 8 meses, vacinadas contra a brucelose. A vacinação contra a brucelose é obrigatória no Estado desde 2002 e é feita uma única vez na vida das fêmeas bovinas ou bubalinas, com idade entre 3 a 8 meses. 

A vacinação do primeiro semestre de 2021, que inclui as fêmeas bovídeas vacinadas entre o mês de dezembro de 2020 e maio de 2021, foi de quase 15 mil fêmeas em mais de 1600 propriedades. Por ser uma vacina viva, que pode infectar o manipulador a vacinação deve ser feita por um profissional médico veterinário. A relação dos profissionais cadastrados para realizar a vacinação em diversos municípios do estado de São Paulo está disponível no site da Coordenadoria de Defesa Agropecuária.
 
O EDA de Araçatuba tem se esforçado a cada campanha para sensibilizar o produtor a vacinar corretamente seus animais e fazer o diagnóstico da brucelose e também da tuberculose periodicamente. A partir de junho de 2022 será obrigatória a apresentação de diagnóstico negativo de brucelose e tuberculose pelos produtores de leite aos laticínios que recebem a sua produção. Essa obrigatoriedade visa principalmente aumentar a qualidade do leite nas indústrias e evoluir o estado de São Paulo da fase de controle da doença para a fase de erradicação.

A brucelose bovina é uma doença infecciosa de grande impacto para a cadeia da pecuária de bovídeos no Brasil e no mundo, pois, além de determinar sérios prejuízos diretos e indiretos ao sistema produtivo, é uma zoonose (transmissível ao homem). Tem como principal sintoma o aborto no terço final de gestação, em geral no 7º mês, gerando perdas econômicas pelo simples fato da perda da cria, que no caso de gado de corte, ser o produto principal e no gado de leite, caso seja fêmea, seria animal com valor comercial que acabo sendo perdido. Em alguns casos, as vacas podem com o tempo não apresentar mais o aborto, vindo a parir natimortos ou bezerros fracos, porém acabam infectando as pastagens e disseminando a doença.

*Texto de Luiz Henrique Barrochelo, médico veterinário do Escritório de Defesa Agropecuária (EDA) de Araçatuba
Fonte: Marcelo Teixeira

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